Juntar os Trapos

Uma das conversas mais recorrentes no café é a questão "casamento vs juntar os trapinhos".
Há os defensores do casamento como forma de maior responsabilidade entre o casal, e há os que defendem que a responsabilidade vem do amar e não do papel que se assina, embora "o papel" seja, por vezes, muito difícil de assinar, até para os padrinhos!!! (os que foram ao casamento do meu irmão sabem do que estou a falar).
Eu sou dos que defendem que o amor deve ser o máximo regulador, como os promotores fortes de genética, de uma relação. Isto para dizer que a ideia do casamento nunca me disse muito. No entanto,tenho de confessar que há uma parte do ritual do casório, para lá da cerimónia, que me faz dizer que este passo parece ser muito mais importante do que apenas juntar os trapos. É o copo de água. Convida-se os amigos, a família, os vizinhos, o cão e o piriquito porque queremos que as pessoas que mais influenciaram e influenciam a nossa vida estejam connosco num dos momentos mais importantes da nossa vida. Quando as pessoas apenas se juntam fala-se em "inaugurar o apartamento" e nem são todos os que inauguram, mas todos casamentos têm copo de água!!
Hoje em dia, com a facilidade com que as pessoas se podem casar e divorciar acho mesmo que a conquista mais difícil é arranjar uma casa em conta para os dois.
Por isso, meus amigos, no dia que juntar os trapos, vou fazer o meu copo de água, não para inaugurar o apartamento, mas para celebrar o facto de duas pessoas que se amam se decidiram juntar.

Até para ladrão é preciso curso!

Aqui há uns tempos após ter assistido a um festival de curtas-metragens dei por falta da minha carteira. Realmente achei estranho o casal que estava sentado ao meu lado esquerdo ter abandonado a sessão antes desta terminar, mas passado uns minutos lá percebi. A carteira deve ter escorregado do bolso do casaco, e como diz o velho ditado, a ocasião faz o ladrão.
Lá tive eu que telefonar para os bancos para cancelar os cartões de crédito, ir à polícia dar caso da ocorrência, ir à “commune” e à “mutuelle” pedir uma segunda via dos meus documentos belgas, ir ao banco pedir uma segunda via dos cartões de crédito.
Com esta brincadeira perdi 55 euros líquidos (que estavam na carteira), um bilhete ainda com 7 viagens na rede de transportes públicos e uns 150 euros no cancelamento e pedido dos cartões de crédito e outros documentos.
Foi lixado… mas estes azares podem acontecer a qualquer um.
Passado cerca de 1 mês, recebo um telefonema do dono de um restaurante, que fica perto do sítio onde “me perderam” a carteira, a dizer que a senhora das limpezas encontrou a minha carteira atrás da sanita da casa de banho do restaurante.
Dentro da carteira estavam todos os documentos e cartões e o mais engraçado nesta história é que ainda estava lá a capinha onde guardo os bilhetes/passe dos transportes públicos e dentro desta a minha nota de 50 euros de reserva. Até para ladrão é preciso ter jeito.
Resumindo, embora tenha sido o casal de mafiosos que me rapinou a carteira, quem me deu maior prejuízo foi a senhora das limpezas do restaurante. Não faço ideia o que é que ela faz durante as horas de trabalho mas, para levar um mês a encontrar uma carteira atrás de uma das duas sanitas das casas de banho do restaurante, algo me diz que não segue uma metodologia que a ASAE aprovasse…

Em princípio....

E quando pensamos que está tudo resolvido, que todos os papéis foram assinados e entregues, à pergunta: "está tudo pronto?", o funcionário público responde: "em princípio... à partida, sim".
Esta é a resposta-chave onde cabem todas as possibilidades. Às vezes, há coisas que parecem nunca ter fim...

Produtividade Portuguesa

Uma das coisas que mais me custou a habituar quando saí de Portugal foi a supressão da longa pausa de almoço, onde comemos uma grande porção de comida para compensar o copo de café com leite tomado a correr, a que chamamos pequeno almoço, e as longas horas até à proxima refeição.
O problema são os minutos ou mesmo as horas que se seguem ao belo almoço.

Aqui fica, na minha opinião, a personificação perfeita da produtividade dos trabalhadores portugueses após a pausa de almoço.

Está lindo!

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Constatação do dia

Há uma espécie de reacção alérgica sempre que aparece alguém que leu a legislação e exige que ela seja cumprida.. ainda por cima quando pagamos, e bem, pelo serviço que nos prestam.

Coisas estúpidas

No Domingo, li no DN o seguinte título: "Portugueses lêem mais, mas não em livros". Pensei de mim para mim que se liam mais jornais, nos últimos tempos têm aparecido vários gratuitos...mas não, no final da pequena notícia vinha a verdadeira razão: " O aumento verifica-se sobretudo na leitura associada às novas tecnologias: SMS (86%), computadores e acesso à internet (82%)."
Fiquei estúpido...SMS???!! Mas que raio de inquérito, elaborado pelo Plano Nacional de Leitura, considera SMS como leitura???? Quase que aposto que quando eles referem o computador à internet também incluem o MSN!!!

Se ler SMS é considerado leitura, quando escrevo-as sou escritor??

Ronaldo

Nos últimos dias, jogadores e responsáveis do AS Roma têm atacado Cristiano Ronaldo dizendo que «alguns dos malabarismos de Ronaldo, no meio-campo, eram desnecessários» e que «precisa de mostrar mais respeito pelos adversários».
Pergunto-me: será que "mostrar respeito pelos adversários" é, como fazem muitos defesas italianos e não só, fazer entradas por trás, logo aos 2/3 minutos de jogo, para tentar condicionar o jogo do jogador adversário? Ou será levar um jogo inteiro a agredir verbalmente um jogador para o "picar"?
Ronaldo tem técnica como poucos no mundo, por isso para "picar" os adversários basta-lhe os pés...
O seu golo contra a Roma fez-me lembrar o afundanço de Jordan em que este salta antes da linha de lance livre...